terça-feira, janeiro 31, 2006

A Neide

Recebi o texto que se segue por e-mail, vindo da minha amiga Dolores. Confesso que não dei por nada. Às vezes ausento-me do país (e do mundo!) e quando regresso à realidade escapam-me estas coisas... Ainda bem que tenho uma alentejana à maneira que me envia mails interessantes:


"O episódio passou despercebido à maioria do pessoal,
mas o Porco é bicho que gosta de remoer as coisas, pelo que aqui vai a
epopeia da Neide com bacalhau e tudo.

A Neide é uma brasileira que estava sossegada a servir às mesas do restaurante Sr Bacalhau do
Colombo em Lisboa. Ao tasco, ia lá almoçar amiúde, o Sr Dr Ernesto Moreira, Director do Departamento de Administração Geral do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça, ufa! O nosso Ernesto engraçou com a Neide do Bacalhau, e mais bacalhauzada menos bacalhauzada, o bom do Ernesto viu que por ali a Neide era mal empregada. Avaliou aquilo de alto a baixo, e zás, concluiu que faltava neide no património do Estado Português.

E se bem a mastigou, melhor a engoliu.
Sugeriu à Neide um lugarzito, mandou-a concorrer e seleccionou-a. A Neide foi então"Requisitada pelo Estado" por despacho estatal e publicado em diário da república, sem qualquer concurso público, que foi dispensado, dada a urgência e supremo interesse que o Estado tinha na Neide. A nossa Neide saltou assim do bacalhauzito para "Coordenadora do Departamento de Logística do Depósito Público de Vila Franca de Xira" com 1700 mocas
por mês (340 contitos, mais regalias).

O Independente achou piada à dispensa do concurso e foi ver da Neide. E chapou com a Neide
na primeira página de há 15 dias atrás. Foi um gozo. Eu que ia em viagem de carro ouvi o desenrolar de tudo pela rádio, em noticiários sucessivos. Um delírio puro, só não me despistei de tanto rir por mero acaso. É que os jornalistas foram ouvir o Sr Dr Ernesto Moreira, que falava do supremo interesse do Estado pela Neide e explicava juridicamente a necessidade do regime de requisição e mais, redundou que era a candidata com melhores habilitações e que tinha a experiência profissional da logística dos seis restaurantes Sr Bacalhau. A rádio deslargou-o e telefonou à gerência do Sr Bacalhau. Que não, que Logística não serviam, a especialidade deles era mesmo bacalhau, cujos tascos era independentes e que a Neide era uma boa empregada de mesa sim senhores. Voltaram ao Ernesto. O Ernesto falou de uma licenciatura em Geografia e balbuciava qualquer coisa sobre Vila Franca de Xira. Depois teve o bom senso de se calar. Istotudo de manhã. À tarde o Ernesto ia à vida, o Presidente do IGFPJ idem aspas aspas, mais um ou dois responsáveis e a Neide. O Sócrates, acossado, mandou tudo pró olho da rua, logo na tarde da Sexta em que saiu a noticia.

Nós deviamos candidatar-nos ao Guiness
mostrando ao Mundo que podemos estar sempre a bater no fundo! O fundo em
Portugal não tem limites!"

Gostaram? Achei um piadão. Desculpem lá... provavelmente já conheciam a história.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Alma Portuguesa

Alguém viu o Prós e Contras desta semana? Eu vi. Não vi desde o princípio (nem até ao fim) e não sei ao certo qual o tema mas falava-se sobre Alma Portuguesa, sobre isto de ser português.
Adorei!! E adorei porque me revi em tantos dos comentários que foram feitos que foi até estranho. Fartei-me de dizer baixinho: "É que é mesmo assim".
A história de sermos saloios não é novidade para ninguém. Somos pequeninos - como diz o Bruno Nogueira vivemos no Portugal dos Pequeninos -, mas isso não tem que ser mau. Mau é sermos pequeninos, não termos vontade de crescer mas termos a MANIA que somos grandes. Se ao menos a mania adviesse de coisas com proveito. Qual quê? Temos a mania porque, como alguém dizia no debate, construímos a Ponte Vasco da Gama e o primeiro comentário foi: "É a segunda MAIOR ponte da Europa". Fantástico! O desenvolvimento mede-se por tonelada-de-betão-ondulante-e-suspenso-por-pilares-sobre-reserva natural do estuário do Tejo.
Já para não falar na MAIOR árvore de Natal da Europa. Linda que só visto!! Uma árvore metálica (!) que custa balúrdios a ser mantida (género central eléctrica) quando ali ao lado, nas velhinhas casas da Baixa, muitos idosos estão às escuras porque não tiveram dinheiro para a conta da luz. Faz-se a maior àrvore da Europa para disfarçar os verdadeiros problemas e fazer a população esquecer que os passes sociais aumentaram novamente, que um garrafa de gás custa quase vinte euros e que o preço do pão vai subir e nós.... nós caímos que nem patinhos!! C'a fixe: temos a maior árvore de Natal da Europa!! UHUHUHUH

E podíamos continuar para sempre. Não é à toa que somos dos países com mais recordes do Guiness (ele é bolo rei, pão com chouriço, salame, pais natais...)

Não me interpretem mal. Adoro o nosso país. Mas não pela Ponte e muito menos pelos recordes do Guiness. É porque temos história e podemos fazer história. É porque o Minho é lindo e o Alentejo extraordinário. Porque somos calorosos e sabemos receber. Porque quando vamos lá para fora somos considerados bons trabalhadores (mas só lá fora). Porque estamos à beira mar plantados e adoro do mar. Porque temos produtos regionais fantásticos que (neste momento são explorados por estrangeiros a viver em Portugal). Temos tanta coisa boa mas parece que só olhamos para o que menos importância tem.

Tenho esperança que um dia deixemos de ser conhecidos pelos números de morte nas estradas, pelo hábito de cuspir para o chão, pela unhaca no dedo mindinho ou pelos recordes do Guiness.

sábado, janeiro 14, 2006

Deficientes em Portugal: 99,9%

Nunca me tinha apercebido de como havia tantos deficientes motores em Portugal. Nunca, até aparecer o fenómeno centro comercial e eu começar a frequentar estes espaços. Foi aí que me apercebi que os lugares reservados a deficientes, o mais perto possível das portas de acesso, estão SEMPRE ocupados. Mas sempre!!! Curiosamente, são poucos os carros que os ocupam tendo o dístico de identificação. Porque será?...

Bem, dirão alguns, também não podemos ser radicais. Aqueles lugares tãããão espaçosos dão muito jeito às dondocas que chegam cheias de sacos. E claro, a malta nova, tão atarefada que é, não pode de maneira nenhuma perder tempo a procurar um lugar e ainda por cima aqueles são mesmo ali!!! Os das cadeiras de rodas que procurem, afinal eles até deslizam. É muito mais fácil para eles.

Devo dizer, correndo o risco de tornar isto pessoal, que tenho um primo paraplégico e se me revolta ver o estacionamento reservado a deficientes em situações normais, mais me revolta quando vou com ele no carro e, depois de verificarmos que não há lugares e estacionarmos longe, ele NÃO CONSEGUE SAIR DO CARRO por falta de espaço.
Porque é tão simples como isto.

Já vos disse que às vezes odeio Portugal?

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Quem é que é mais Deus?

Sem saber, Ariel Sharon está a dar um forte contributo para o esclarecimento dos historiadores religiosos em particular, e da comunidade fanático-crente em geral. É que vejam bem: O senhor sofre vários derrames cerebrais. É induzido em coma. As sequelas são ainda uma dúvida.

Seria de pensar que esta aldeia global em que vivemos estivesse a pensar: "Que consequências poderá ter o afastamento de Ariel Sharon nas relações israelo-árabes?". Era lógico... Pois, mas não! Não é essa a verdadeira discussão que o problema de saúde de Sharon acarreta.
A questão que neste momento corroi a comunidade internacional é: AFINAL QUEM É MAIS DEUS?! É que com metade do planeta a rezar pela morte do senhor e outra metade pela sua recuperação, e tendo em conta que rezam a diferentes (e rivais, seria de esperar) "DEUS"... bem... é uma situação complicada. Mas também será elucidativa. Quando tudo isto acabar vamos finalmente saber que Deus é que manda aqui no estaminé. E aí... aí nada será como dantes. Reparem: vai ser a maior prova de força do Deus ganhador. Os outros não terão hipóteses e acaba-se a liberdade religiosa. É um e mai nada!!!

Eu, pessoalmente, mal posso esperar por saber quem é que é mais Deus.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Há vida em Markl...

Se eu soubesse fazer links, esta era uma boa oportunidade para demonstrar as minhas capacidades mas não sei. Ainda...
Portanto, e como alternativa, o velho copy paste apresenta-se diante de vós.

Tirei o texto da página do Nuno Markl cuja criatividade admiro assim... acima de tudo! Especialmente quando o tema são os nossos vizinhos intergalácticos.
Aqui está:


"Outro dia eu falava com um amigo meu sobre a possibilidade de haver vida extraterrestre. Ele concordava comigo num ponto: de facto, num universo tão grande, é um pensamento egoísta o de acharmos que estamos sozinhos. Mas ele dizia: “Isso é verdade, sim senhor – mas não achas por outro lado que, se eles existissem e se fossem tão avançados como se diz que são, já cá tinham vindo, já tinham aparecido? E não é aparecer no sentido de… OLHA, UM OVNI… OLHA, FOI-SE EMBORA. Não – é no sentido de ‘olá, pessoal, tudo bem? Cá estamos. Não se arranja uma sande de torresmos e uma mine?”.
Eu respondi-lhe que uma coisa não tinha a ver com a outra. Os extraterrestres ainda não vieram cá, pela simples razão de que ninguém, NINGUÉM no seu perfeito juízo – e sobretudo se for mais avançado que nós – NINGUÉM VEM CÁ. Fazer o quê? Isto é um sítio perigoso. A sério, o Planeta Terra é um bocado a Cova da Moura do Universo. É o tipo de sítio que faz com que os extraterrestres pais digam aos filhos “não vás brincar para aquele sítio que ainda te aleijas, Zarkov Miguel!”
Portanto a minha ideia sobre eles é esta: eles existem, são mais avançados que nós – mas não esperem que eles cá apareçam. Porquê? Já disse: porque são mais avançados que nós. Ou seja, não são parvos. Eu acho que eles devem visitar os planetas uns dos outros, possivelmente até se organizam grandes festanças algures no universo – festas para as coisas nós nunca somos convidados. Porque é que nunca somos convidados? Pela mesma razão que quando nós fazemos a nossa festa de anos, não convidamos macacos. Conhecem alguém que vá à Aldeia dos Macacos, no Jardim Zoológico, dizer “pá, pessoal, estão todos convidados para a minha festa, que é esta noite na Kapital”?
Eu não conheço. Vocês também não.Mas essa é que é essa. O nosso papel no Universo é o do tipo que fica de fora da discoteca porque não é suficientemente bonito ou bem vestido para entrar.Posso não perceber nada de astronomia, mas no que toca a ficar pendurado à porta de discotecas cujos nomes começam por K – aí eu sou praticamente doutorado, meus amigos"

terça-feira, janeiro 03, 2006

Morreu...

Morrer aos 57 é mt cedo. Tanta coisa por fazer, tanta risada por dar, tanta lágrima para rolar... e se atendermos a que somos portugueses: tanto papel para mandar para o chão, tanta buzinadela para dar no trânsito, tanta unhaca do dedo mindinho para deixar crescer...
A verdade é que se morrermos aos 99, aos 110, aos 200... vai continuar a haver tanta coisa por fazer...

Seja cm for, e tendo ou não feito tudo o que queria, foi aos 57 que morreu Cáceres Monteiro. Habituei-me a ouvir falar mt dele durante o tempo de faculdade. Não sei nd do sr. que não tenha a ver com o percurso profissional mas ainda assim fiquei triste (não sei se é a palavra certa mas não me passou ao lado).

O que eu não dava para ser uma excêntrica...

O Euromilhões. Ora aí está uma excelente ideia para as resoluções que fazemos no início do ano. Pois eu, em 2006, quero ganhar o euromilhões. É nestas alturas em que daria tudo para não ser quase bruxa mas BRUXA mesmo. Já viram bem? Acho que agora são 81 milhões... 81...
Bem, nem sei o que fazia. Acho que ng sabe. Só sei que dividia em três: uma parte para os meus pais, outra para o meu irmão e outra para mim e para o meu anjo. Isso é que era...

Vou mas é começar a pensar no que fazer com o dinheiro porque levo muito a sério as resoluções de ano novo....

81 milhões...