quinta-feira, julho 30, 2009

A palavra

Sempre dei valor à palavra. Tenho tendência para usar sempre as mesas, as minhas, aquelas a que me habituei e que porventura me definem. Mas gosto de conhecer novas e trazer até mim um pedaço de alguém, de uma coisa ou de um sítio.

Nos momentos-chave escolho-as bem. As palavras. As que só servem para ali. E as que ali só poderiam estar. As que são aquilo. O que digo e de que falo. São elas que determinam o que escolho dizer ao mundo. Não podem por isso ser vãs, ditas ao acaso. São essenciais. Determinantes. As palavras.

Não percebo este mundo onde palavras-leva-as-o-vento. Este mundo onde a palavra, a que não é escrita, registada e notariada nada vale. Onde o que se diz é hoje uma coisa e amanhã outra. A palavra de honra já não se usa. Ninguém sabe o que é.

Eu acredito nas palavras-são-como-as-cerejas. Gostosas... uma e outra... e mais outra. Seguidas. Sentidas e saboreadas. Recebidas com prazer. Acredito na força da palavra e sei que a palavra é uma arma.

Ferem. Magoam. São capazes de destruir. Mas também de curar, de mimar e tratar...

É por isso que as escolho bem. Não as digo para depois pedir desculpa. Porque as que oiço de verdade, as que me dizem, ficam comigo. Repito-as na minha cabeça. Oiço-as uma e outra vez. Não as esqueço. E se assim é, espero que sejam verdadeiras e não apenas proferidas para aquele momento. Para naquela altura fazer brilharete, para mascarar ou mesmo até para magoar.

Dou valor às palavras. E por isso nunca as desperdiço. E olhem que falo muito!!

quarta-feira, julho 29, 2009

Odeio Almada

Odeio Almada!

Não é um desabafo. É uma afirmação.

Odeio a avenida principal que se começa a descer mas que a meio se tem que evitar para depois a ela voltar. Odeio as ruas que começam com um sentido para a meio mudarem e no final regressarem à mesma direcção de escoamento de trânsito. Odeio a Emel cá do sítio que multa carros funerários esperando que os senhores carregassem o caixão pela cidade - única garantia de um estacionamento limpo, eficiente e pago num dos muitos parques da cidade. Odeio os estacionamentos proibidos que disfarçados de ambientalismo são o maior negócio da autarquia. Odeio o espírito mesquinho e pequeno dos governantes locais que usam a demagogia comunista para enganar o povinho...

Odeio que a avenida principal tenha um metro de superfície (?) a fazer exactamente o mesmo percurso do autocarro. Odeio que essa obra megalómana inaugurada pelo Lino em pessoa tenha arrasado a avenida e feito passeios de 20 centímetros de altura que em situações de emergência ninguém consegue transpôr - e a avenida que agora tem apenas uma via em cada sentido fica TANTAS vezes entupida pelos autocarros avariados.

Odeio a falta de árvores e o aspecto seco... os prédios velhos mas sem personalidade... o parque da cidade que nunca vi cheio... as rotundas do Centro sul que mais parecem armadilhas...

Odeio Almada.

Odeio chegar aqui de manhã e sair daqui ao final do dia.

Odeio Almada...