segunda-feira, março 27, 2006

Vírus...

Depois de dois dias no Porto e dois na Figueira da Foz ( tudo a trabalho) estou de regresso a casa. Tudo óptimo não fosse a suspeita que carrego comigo. A suspeita de que, entre meias, pentes e cremes de rosto, trouxe na bagagem um vírus.
Na Figueira anda um vírus à solta. Ataca sistemas digestivos mais sensíveis e provoca mau-estar, febre, vómitos e diarreira :
Por enquanto estou na fase do mau-estar... Espero ficar por aí!

Se passarem por mim na rua não se aproximem! Para quem não me conhece, e por uma questão de prevenção, sou a rapariga que dá dois passos e se agarra à barriga contorcendo-se com dores :)

quarta-feira, março 22, 2006

Eu e Saramago

Acabei de ler na semana passada o livro Intermitências da Morte, de Saramago.
Confesso que não sou fã do nosso prémio Nobel. Tenho mesmo alguns problemas com o seu estilo de escrita. Lembro-me que no oitavo ano tive que ler o Envagelho Segundo Jesus Cristo e que odiei. Para dizer a verdade já não me lembro de ABSOLUTAMENTE nada sobre o livro mas lembro-me, e bem, que na altura aquilo foi para mim um suplício. Talvez não tivesse maturidade para o ler... Não sei.
Depois, aqui há uns quatro anos ofereceram-me a História do Cerco de Lisboa. Comecei mas não acabei. Não consegui.
E há dois anos li o Todos os Nomes. Deste já gostei mais. Achei a história muito interessante e foi isso que me fez lê-lo todo e não propriamente a escrita de Saramago.
E eis que, mesmo com todos os problemas que tenho ao ler Saramago, resolvi ler o Intermitências da Morte. Primeiro porque achei a ideia do livro super interessante: Como é que seria a nossa vidinha se, de repente, as pessoas deixassem de morrer? E depois porque se falava tanto sobre o livro que me despertou a curiosidade.
E li-o. Ao princípio debati-me com o choque que é voltar a pegar num livro de Saramago e encontrar aquela narrativa longa, pesada, sem pausas...Mas depois de me ter (re)habituado... foi a loucura! :)
É que adorei o livro. Para já a história. Faz-nos pensar que há males que existem para evitar "piores" e a forma como o caos que se segue à inexistência de morte é descrita... é muito realista. E crítica. E depois, e isso é que adorei neste livro, é que, apesar das frases de DUAS páginas, Saramago descreve certas situações de uma maneira tão fantástica que começamos a visualizar uma situação, impossível de acontecer, de forma tão realista que faz até impressão. Que um autor nos consiga fazer visualizar algo de forma quase física é extraordinário. Agora, quando isso acontece em relação a uma realidade não existente...
A sério, o livro tem passagens deliciosas. Palavras escolhidas (vê-se bem) com precisão extrema. Tinha que ser aquela palavra. Um sinónimo não servia. Não teria o mesmo efeito.

Portanto já sabem... Leiam!
E se for preciso eu empresto, que isto dos livros é mesmo para isso que servem: para ficarem velhos de tanto serem emprestados :)

Agora estou sem leitura. Tenho um livro de sudoku que me tem acompanhado nas viagens de comboio. Alguém tem sugestões?

quinta-feira, março 02, 2006

Post instrutivo

Estou a fazer um trabalho sobre AVC's. Vejam lá a minha vida...
Ao menos está a servir para aumentar a minha cultura geral. É que isto dos Acidentes Vasculares Cerebrais tem muito que se lhe diga...
Fiquei a saber que os AVC's podem ser isquémicos, quando o bloqueio de um vaso sanguíneo ou de um artéria impede a corrente sanguínea de atingir o cérebro, ou hemorrágicos, quando existe uma ruptura do vaso sanguíneo provocando um derrame. Nos dois casos é uma grande chatice porque pelos vistos precisamos mesmo que o sangue circule. É o que dizem... E se isso não acontecer corremos o risco de que as células privadas do sangue e de tudo o que ele transporta morram. O que também é uma chatice porque me lembro muito bem da Professora Amélia, minha instrutora primária, me dizer que as células cerebrais não se renovam... Depois de mortas nada a fazer... (Isso explica muita coisa...)

Mas há mais... Existem factores de risco modificáveis (hipertensão, diabetes, colesterol, doenças cardíacas, obesidade, sedentarismo, tabaco e álcool em excesso) e não modificáveis (idade, sexo, raça, genética e antecedentes familiares).
Depois desta última parte fiz a minha leitura: ok, podemos tentar evitar ficar com a famosa boca ao lado deixando de fumar, fazendo exercício, não bebendo... mas o risco continuará a aumentar com a idade, os homens continuam a ser mais afectados,tal como a raça negra, e se estiver escrito na nossa genética que vamos ter um AVC.... não temos hipótese. Hum... Dá que pensar.

Mas a parte mais interessante e até mais importante para quem quer que seja que tenha chegado até esta linha é a identificação dos sintomas. Ou seja, estejam atentos porque se um amigo estiver nas seguintes circunstâncias ele está a ter um AVC e não a ser idiota:
-fraqueza ou adormecimento de um membro ou de um lado do corpo;
-formigueiro de um lado do corpo ou de um membro;
-dificuldade de movimentação, tonturas ou perda de coordenação e de balanço;
- alteração da linguagem (dificuldades na fala) e incapacidade de compreensão (não conseguir entender o que é dito);
- Perda de visão num olho ou em ambos;
- Dor de cabeça súbita, seguida de vómitos, sonolência ou coma;
- Perda de memória, confusão mental e dificuldades para executar tarefas habituais.

Dizem os entendidos que na presença destes sintomas devemos ligar imediatamente para as emergências. O problema é se é falso alarme. Está bem que se um amigo nosso entrar em coma, é fácil de perceber que não estará muito bem. Mas há outros sintomas mais dificeis de distinguir. A alteração na linguagem, pr exemplo. Quem é que nunca ouviu um amigo falar de maneira enrolada depois de um copito a mais?Ah pois é. O que é que se faz nesta altura? Corre-se o risco, "ah... isto é do vinho". E se não for? Pois...
E a incapacidade de compreensão? Já foram aos correios, às finanças? Eu normalmente apanho sempre alguém com manifesta dificuldade em me compreender. A partir de agora sempre que me dirigir a uma repartição pública vou estar em constante agonia: "é um sintoma de AVC ou estupidez?"
Tudo isto é muito complexo...
Eu cá acho que às vezes mais vale ficar na ignorância. Assim não corremos o risco de chamar uma ambulância pensando que o nosso amigo está a ter um AVC quando de facto ele não vê de um olho porque acabou de lá enfiar um dedo.