segunda-feira, outubro 26, 2009

O lado negro da força

Quando entrei na faculdade fui logo informada da rivalidade. Jornalismo e Comunicação empresarial não se davam. Era assim e pronto. Nada de questões.

Não lido bem com imposições e muito menos de silêncio e conformidade...

A verdade é que durante o curso não fiz nada nem para contribuir nem desvanecer a dita rivalidade. Era coisa que não me interessava.

Quando comecei a trabalhar depressa notei que muitas vezes a relação entre jornalistas e RPs e assessores era, por vezes, mantida em clima de absoluta necessidade mútua. Nada mais. Senti muitas vezes algum mau-estar, um clima estranho e constrangedor, quando tinha que me relacionar com RPs e assessores... E mais uma vez, não percebia porquê!

Bem sei que os assessores de comunicação não encaram com bons olhos a intromissão de muitos jornalistas na sua profissão. Mas sejamos sinceros... Que porcaria de trabalho se vê na assessoria de comunicação!!! Press-releases escritos em código, tantas vezes com referências temporais mas sem data... sem o mínimo de noção das necessidades de um texto jornalístico. Eventos para os quais equipas de reportagem de televisão são convidadas sem perceber que a cobertura será necessariamente diferente - e com necessidades diferentes - da feita por uma equipa de imprensa escrita!

Um jornalista que passa para o lado negro da força será, quase sempre, um bom assessor. Porque esteve do outro lado. Sabe do que precisa o jornalista. Sabe o que deve ser feito para que a informação passe.

Acontece-me, VEZES SEM CONTA, enviar e-mails, fazer telefonemas e deixar recados e não obter resposta. Que merda de gabinetes de comunicação e relações públicas são estes??? Quando a resposta é negativa, óptimo! Mas responda-se: Não estamos interessados nesse trabalho. Que porra de gabinetes de comunicação são estes que não comunicam???

sexta-feira, outubro 23, 2009

(IN)certezas

Não sei quantas vezes já aqui disse que a vida se tem encarregado de deitar por terra as minhas certezas...
Tenho sido cautelosa desde a primeira vez que o percebi - desde que notei que os trilhos que escolho parecem existir apenas para me provar que aquilo em que acredito pode ser diferente, não é bem assim ou é, mesmo, o oposto do que teimo em dizer!
Mas apesar da cautela... continuo a cair no mesmo erro. É mais forte do que eu - devo ser uma mulher de certezas! E deve ser assim para aprender, uma e outra vez, que nada na vida é certo!

Mas será que alguém me censura? Preciso de ter coisas certas na vida. Coisas que sei que estão sempre lá, serão sempre assim... Preciso disso, desse pózinho de rotina para me sentir segura...

E hoje sinto-me muito insegura!

sexta-feira, setembro 04, 2009

Várias realidades

Há muitas razões para que a minha visão do jornalismos seja hoje completamente diferente daquela que me levou a inscrever-me na escola superior de comunicação social.
Nunca fui uma daquelas alunas apaixonadas pelo jornalismo com a visão romântica da profissão-que-faz-a-diferença-na-luta-por-um-mundo-melhor. No entanto, acreditava (hoje vejo que me iludia) no jornalismo isento (embora dificilmente objectivo) e no rigor da informação. Sei lá... parece disparate à distância de 5 anos de experiência profissional e muitos mais de espectadora mas a verdade é que acreditava que o que movia a comunicação social era, mesmo, o desejo de informar.
Não é. É, isso sim, a vontade de estar em primeiro lugar, de ser líder de audiências (e aqui tb não sou uma romântica, sei que os órgãos de comunicação social têm que dar lucro) e contar, contar, contar... seja o que for... mas contar!

Hoje não existem fenómenos que são depois contados pela comunicação social. Existem fenómenos que são criados pela comunicação social. E isso custa-me horrores. Não é parvoíce. custa-me mesmo!

Os exemplos são... infindáveis!! Mas porque o tema é jornalismo, a actualidade impera: gripe A.
Acho absolutamente vergonhoso que a comunicação social alimente um fenómeno de marketing como a Gripe a se vem revelando ser apenas porque lucra com isso. Disfarçam a coisa com a santa-regra-do-interesse-público mas a verdadeira regra aqui é que o-medo-vende!
Bolas, as direcções de informação saberão certamente distinguir entre contagioso e mortal. São termos distintos. Sim, a Gripe A é muito mais contagiosa do que a gripe normal, daí o perigo de pandemia. Mas isso nada diz acerca da gravidade da doença. No máximo diz que todos corremos o risco de ficar com gripe este ano. Venha ela!

Esta pequena diferença não está clara para o público. E não só a comunicação social não contribui para esclarecer esta confusão como contribui para a sua existência...

E continuava... todos os dias existem assaltos a bancos. Mas se formos perguntar aos cidadãos esles dirão que houveram muitos... há uns meses... todos os dias havia notícias na tv. A diferença é que nessa altura as redacções saiam à procura dessa notícia em particular, condicionando a visão da realidade. E com facilidade se poderá comprovar que os picos de violência não coincidem com os momentos em que mais se falou disso nos noticiários.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Não sou refém

Dizia hoje Saramago no seu blogue que o homem se encontra escravizado pela sua própria criação: Deus.

No ano passado conheci um jovem muito interessante. O Marcos Sabino. Percebi que era um rapaz inteligente e activo. Interessado no mundo que o rodeia, estava até a estagiar num órgão de comunicação na área da ciência. E talvez por tudo isso achei estranho quando me disse que era religioso. Muito religioso. Acreditava - e acredita - em Deus, frequenta cultos e - foi isto que mais intrigou - acredita que a Bíblia é um relato fiel da história da humanidade. É um criacionista. Convicto.
Fiquei perplexa. Um rapaz informado, inteligente (perdoem-me o preconceito) e criacionista. Comecei a ler o blogue dele. Descobri outros sobre a mesma matéria e fiz da consulta de blogues criacionistas, evolucionistas e ateístas um hábito diário.

Confesso que pouco mudei acerca da minha opinião nesta matéria. Continuo a achar que a Bíblia é uma fábula. Que os princípios do Cristianismo são bons, tais como os de todas as religiões, mas que são uma muleta humana para a tranquilidade. Uma maneira de exorcisarmos o nosso medo da morte, criando uma vida maravilhosa depois do momento em que a alma larga o corpo, sem remorsos nem preocupações...

Quem me conhece sabe que, não sendo religiosa, sou espiritual. Tenho dúvidas e receios. E acredito numa força maior. Apenas não acredito que essa força se reveste de mandamentos e punições... Não é esse o meu princípio de vida.

E por isso me intriga que hoje o Homem seja, de facto, refém da fé que criou...

quinta-feira, agosto 13, 2009

Nem tudo é mau...

Há uma coisa boa em Almada. A sra. que hoje me atendeu no balcão da Império Bonança é absolutamente exemplar.

Simpática, prestável, profissional e preocupada. Qualquer uma destas caracteríticas encontradas no atendimento ao público é digna de registo por isso encontrá-las... todas... num só ser... bem... é maravilhoso!

A outra face...

"Não me importo de levar uma bofetada de vez em quando, mas a virtude cristã de oferecer ao agressor a outra face é virtude que não cultivo."


José Saramago, no seu melhor, se a opinião me é permitida (e é, que isto dos blogues não é uma democracia!!)


É que eu penso nisto tantas vezes... Mas qual dar a outra face? Se me bates, levas a seguir... E olha que eu tenho tempo! Eheheheheh! É por estas coisas que cada vez mais estou certa de que o porta do Reino dos Céus está cada vez mais estreita para mim...

segunda-feira, agosto 10, 2009

Tenho tudo comigo

Tenho memória selectiva. As coisas más ficam no passado. Comigo fica apenas o nevoeiro de uma tempestade que passou.

Às vezes o nevoeiro é muito denso. Dessas tempestades apenas guardo uma ideia do que se passou, como se uma frase me tivesse sido pedida para resumir o incidente e com ela organizasse ideias num arquivo bem dividido e estruturado. Não conheço promenores. Não sei muito. Apenas aquela frase.

Outras vezes o nevoeiro é menos denso. E aí há mais memórias pelo meio. Mas nunca as suficientes para reconstruir a situação.

Dizem que isto é bom. Poupa-me angustias e liberta-me de dores desnecessárias.

Mas não são as memórias que nos definem? Se algum processo automático que não controlo e desconheço dita que apenas guardo as recordações das coisas boas... que diz isso de mim??? Que não encaro os meus problemas? Que os evito? Porventura que repetirei erro, atrás de erro,atrás de erro, por não ter comigo a memória que nos permite aprender com os passos dados em falso...

Não sei... Acho que a memória selectiva não é coisa boa. Mas a verdade é que se a falta de memória para as coisas más é um recurso do sistema operativo para poupar espaço para as memórias boas... aí talvez valha a pena. Porque as coisas boas recordo-as com pormenores. Todos. Datas, cores, cheiros, roupas, frases... Fica tudo. Tenho tudo comigo.

sexta-feira, agosto 07, 2009

Portugal bate record

Apenas algumas curiosidades:

- Foram os portugueses que introduziram no Japão os relógios mecânicos

- O famoso chá das cinco, foi introduzido em Inglaterra pela rainha D.Catarina de Bragança

- O mais famoso bairro de Nova Iorque, Queens, deve o seu nome, também a D.Catarina de Bragança, então, rainha de Inglaterra

- O mais importante porto de Nagasaki (Japão), foi aberto pelos portugueses (1571)

- No Séc XVI, os portugueses, construíram no actual Quénia, uma imponente fortaleza, o forte de Jesus (1593). Actualmente foi convertido em museu e é o mais visitado do Quénia

- O Império Português foi um dos maiores de sempre não só em tamanho mas também em duração




E no entanto... apesar de em tempos nos termos preocupado em deixar a nossa marca através da grandeza e importância dos actos... apesar do nosso passado como Descobridores... da nossa participação em algumas das mais importantes acções da NASA... apesar do nosso típico desenrascanço ter dado origem a dezenas de produtos inventados em Portugal.... apesar de sermos reconhecidos pela nossa capacidade de trabalho... apesar de tudo isto...

HOJE ser português é ser conhecido pelos records mais estúpidos do livro do Guiness. Ele é o maior pão com chouriço, o maior assador de castanhas, a maior feijoada, a maior concentração de pais natais (!)... e agora a maior tela pintada à mão.

Não aguento mais. Vou mudar-me para Sealand. Pelo menos é o país mais pequeno do mundo. É um record despretensioso mas legítimo!


quinta-feira, julho 30, 2009

A palavra

Sempre dei valor à palavra. Tenho tendência para usar sempre as mesas, as minhas, aquelas a que me habituei e que porventura me definem. Mas gosto de conhecer novas e trazer até mim um pedaço de alguém, de uma coisa ou de um sítio.

Nos momentos-chave escolho-as bem. As palavras. As que só servem para ali. E as que ali só poderiam estar. As que são aquilo. O que digo e de que falo. São elas que determinam o que escolho dizer ao mundo. Não podem por isso ser vãs, ditas ao acaso. São essenciais. Determinantes. As palavras.

Não percebo este mundo onde palavras-leva-as-o-vento. Este mundo onde a palavra, a que não é escrita, registada e notariada nada vale. Onde o que se diz é hoje uma coisa e amanhã outra. A palavra de honra já não se usa. Ninguém sabe o que é.

Eu acredito nas palavras-são-como-as-cerejas. Gostosas... uma e outra... e mais outra. Seguidas. Sentidas e saboreadas. Recebidas com prazer. Acredito na força da palavra e sei que a palavra é uma arma.

Ferem. Magoam. São capazes de destruir. Mas também de curar, de mimar e tratar...

É por isso que as escolho bem. Não as digo para depois pedir desculpa. Porque as que oiço de verdade, as que me dizem, ficam comigo. Repito-as na minha cabeça. Oiço-as uma e outra vez. Não as esqueço. E se assim é, espero que sejam verdadeiras e não apenas proferidas para aquele momento. Para naquela altura fazer brilharete, para mascarar ou mesmo até para magoar.

Dou valor às palavras. E por isso nunca as desperdiço. E olhem que falo muito!!

quarta-feira, julho 29, 2009

Odeio Almada

Odeio Almada!

Não é um desabafo. É uma afirmação.

Odeio a avenida principal que se começa a descer mas que a meio se tem que evitar para depois a ela voltar. Odeio as ruas que começam com um sentido para a meio mudarem e no final regressarem à mesma direcção de escoamento de trânsito. Odeio a Emel cá do sítio que multa carros funerários esperando que os senhores carregassem o caixão pela cidade - única garantia de um estacionamento limpo, eficiente e pago num dos muitos parques da cidade. Odeio os estacionamentos proibidos que disfarçados de ambientalismo são o maior negócio da autarquia. Odeio o espírito mesquinho e pequeno dos governantes locais que usam a demagogia comunista para enganar o povinho...

Odeio que a avenida principal tenha um metro de superfície (?) a fazer exactamente o mesmo percurso do autocarro. Odeio que essa obra megalómana inaugurada pelo Lino em pessoa tenha arrasado a avenida e feito passeios de 20 centímetros de altura que em situações de emergência ninguém consegue transpôr - e a avenida que agora tem apenas uma via em cada sentido fica TANTAS vezes entupida pelos autocarros avariados.

Odeio a falta de árvores e o aspecto seco... os prédios velhos mas sem personalidade... o parque da cidade que nunca vi cheio... as rotundas do Centro sul que mais parecem armadilhas...

Odeio Almada.

Odeio chegar aqui de manhã e sair daqui ao final do dia.

Odeio Almada...

segunda-feira, maio 04, 2009

Olha que Dois!!


Já lá vai o tempo em que o "Olha que dois" trazia às nossas casas a Teresa Guilherme e o Manuel Luís Goucha. A bem da verdade se diga que os anos foram generosos com ambos os apresentadores. O Bigodinho do Goucha foi perdido... o estilo da Guilherme aprimorado!!


Mas não estes dois, os olha que dois de agora... são o Goucha... sim... e o nosso Primeiro. O primeiro foi mandatário da candidatura do segundo. Ou melhor, o primeiro foi mandatário da candidatura do que agora é Primeiro :) e pelos vistos ficaram amigos.


O zumzumzum do momento fala na hipótese do primeiro entrevistar o segundo, que por acaso é o Primeiro. Isso é que era giro. O senhor está de costas voltadas para a TVI mas abre uma excepção ao Você na TV (!)?


Duvido, mas gostava de ver!

quarta-feira, abril 01, 2009

Condutora ou mãe???

Engraçado como sempre me disseram que era precoce, mas sp vi os outros a experimentar muitas coisas antes de mim. Foi assim com a carta de condução, por exemplo. Alguns amigos e amigas tiraram-na logo aos 18 anos. Eu só tirei aos 22. Era uma sensação estranha porque me parecia uma coisa distante. Nunca tinha passado por isso. Não conduzia. E não sabia qual a sensação. Quando finalmente me tornei condutora percebi que era uma coisa absolutamente natural para mim. Não tinha nada de especial. Ma tive que experimentar para o perceber. E sobretudo para perceber que sempre fui condutora, simplesmente não estava habilitada a conduzir :)

Pode parecer estranho... mas comparo esta experiência à da maternidade. Sempre quis ser mãe. É uma certeza para mim, desde muito cedo, de que essa será uma parte importante na minha vida. Mas ainda não me sinto preparada para isso. O meu lado egoísta quer aproveitar a independência que a não-maternidade proporciona. Tudo muda depois de um filho, dizem-me sempre. E acredito. Muda para melhor, creio eu. Mas tb mudam os hábitos e esta forma egocêntrica de estar no Planeta...

Agora, quando vejo as minhas amigas, algumas grávidas e outras já mães, sinto o mesmo que antes sentia em relação à carta de condução. Não percebo bem o que sentem, parece-me estranho até. Mas tenho a certeza de quando passar pela experiência vou abraçá-la e constatar que é a coisa mais natural do mundo e, uma vez mais, que sempre fui mãe...

quinta-feira, março 19, 2009

Posso fazer uma sugestão??


Só uma... rápida... de certeza que vai ser bem aceite. Hum... aqui vai: que tal, prender o papa?

É que as declarações acerca do uso de preservativo e a sida em África são, no mínimo, criminosas!!

É uma vergonha. Era mesmo só uma sugestão. Não consigo dizer mais que isto - tudo o resto é demasiado ofensivo.

terça-feira, março 10, 2009

Dia Internacional da mulher... lolada

Até tenho medo de escrever este post, não vá uma qualquer feminista saltar de trás de um poste cor-de-rosa gritando pela igualdade e acusando-me de ser a vergonha da "classe" - sim há quem diga classe - feminina.

E devo ser... a vergonha, isto é.

É que não vejo o porquê de se comemorar o dia internacional da mulher. Estou aqui farta (ainda não estou farta, exagerei, confesso) de pensar... e não compreendo os motivos de quem faz disto grande alarido. Acredito que tenha feito sentido ser criada a data. Em tempos que lá vão, digo eu. Em tempos que não estes.

Bem sei que as mulheres continuam a ser alvo de discriminação. Trabalham o mesmo por menos. São subvalorizadas, substimadas e subrepresentadas em cargos políticos e outros de igual capacidade de decisão. Sei disto tudo. E ainda assim acho que não preciso de um dia que me represente.

As mulheres são apreciadas por quem tem visão. Nos países nórdicos, (culturalmente) mais evoluídos, as diferenças nos rácios de igualdade na ocupação de cargos de decisão estão em negativo ... mas para os homens. É uma questão d evolução, de tempo. só isso. Como dizia uma professora minha: "Temos séculos de vingança pela frente" eheheheh

Vá vá, não acredito nisto, é apenas a brincar. Mas verdade se diga... se as mulheres tomarem o poder, e forem a maioria, bem... a coisa vai ser complicada. Já todos sabemos como não funciona bem uma empresa com muitas mulheres! vá, e isto sim é verdade. Não dá para negar!!!

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

A filha que não tenho

Era a menina mais perfeita que conheci. Uma criança linda e adorável. Conheci-a ainda pequena, dois ou três anos de idade, por aí... Para além da beleza única dos olhos, escuros e grandes, e dos caracóis, curtos e despenteados, tinha uma doçura sem par. Meiga, simpática e divertida. Sempre bem-disposta, alegre e tão doce.

Acompanhei o crescimento, embora sem paralelo entre a regularidade e a vontade. Fui percebendo como os caracois desgrenhados foram ganhando ganchos, e a doçura do olhar começou a acompanhar-se de palavras igualmente meigas... Sempre cheia de vontade de ver coisas mas sempre à espera de permissão para dar o próximo passo.

A perfeição que não existe certamente encontraria aqui um desafio. Tanto, que repeti, muitas e muitas vezes, a vontade de ter uma filha assim. Quem me dera que seja como ela...

Crescia e fazia advinhar a adolescente cheia de pretendentes e uma possível dor de cabeça para a mãe preocupada que, sem o pulso forte da figura paternal, sempre educou com carinho - não sabia fazê-lo de outro modo.

Perdi-a de vista numa altura decisiva. A adolescência chegou de repente e roubou-lhe a perfeição. A doçura e meiguice de menina perderam terreno para a beleza, cada vez mais clara, de rapariga, quase mulher.

Reencontrei-a depois de ouvir o desespero da mãe. Esteve com ela todo este tempo mas não percebeu a transição e hoje pouco encontra do carácter adorável que todos nós, mal habituados, demos por garantido. Já não está lá. Deu lugar a uma adolescente sem rumo, perdida... de resposta pronta e desafiante e ouvidos cerrados para conselhos e conversas.

Tenho agora uma missão: resgatar a menina que em tempos conheci. Porque sei que ainda existe. Espero conseguir. Se falhar, sentirei que nada poderia fazer. Não é um desafio altruista. Faço-o por mim. Porque preciso de continuar a acreditar que um dia vou ter uma filha assim.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Indulgente? Eu?

Acho que não vou precisar de fazer grandes comentários...

"Católicos reabrem uma porta para a absolvição"
"Bispo anuncia indulgência plenárias".

"Nos últimos meses, dioceses de todo o mundo têm oferecido aos católicos um benefício espiritual que há décadas deixou de ser popular - a indulgência, uma espécie de amnistia dos pecados para evitar punições após a morte -, além de lembrá-los de como a igreja tem capacidade de mitigar o preço do pecado. "
(...)
"Por que estamos a trazer as indulgências de volta?", pergunta o bispo Nicholas A. DiMarzio, de Brooklyn, que apoia a medida. "Porque existe pecado no mundo".
Segundo os ensinamentos da igreja, mesmo após os pecadores terem sido absolvidos no confessionário e rezarem os Pais-Nossos e Avés-Marias como penitência, eles ainda podem ser punidos após a morte, no Purgatório, antes de ingressarem no Paraíso. Em troca de certas rezas, devoções e peregrinações em anos específicos, os católicos podem receber uma indulgência que reduz ou apaga instantaneamente a punição, sem nenhum sacramento ou cerimónia formal. Existem as indulgências parciais, que reduzem o tempo de purgatório em uma certa quantidade de dias ou anos, e as indulgências plenárias, que eliminam completamente essa pena, até que um outro pecado seja cometido. O fiel pode obter uma indulgência para si próprio ou para alguém que já morreu."


Hum... Pecaste??? Toma lá uma indulgência, meu filho!!

terça-feira, fevereiro 10, 2009

A Rua Augusta




Quando penso no tempo de faculdade, aquilo de que mais falta sinto é da Rua Augusta...


Saía do barco e atravessava o Terreiro do Paço, a Rua Augusta e o Rossio em direcção à estação onde o comboio me esperava para me levar a Benfica. Quando esperava... Mesmo nos dias de horários mais apertados era uma tentação não entrar nas lojas que ao longo da rua pareciam fazer fila...


Não consigo explicar o quanto adoro a Rua Augusta. Não sei se é saudosismo indirecto de um tempo muito específico na minha vida ou se é amor real e genuíno. Seja como for, não há outro local como aquela rua para fazer compras! E nem o duro choque de realidade que nos trazem os pedintes que a povoam chega para me fazer mudar de ideias.


Não sei se o quererá dizer mas já no tempo do velhinho Monopólio era a minha rua Preferida. E que me importava que o Rossio fosse 4 contos e a Rua Augusta 3 e quinhentos?? Era a minha preferida :)

terça-feira, janeiro 27, 2009

Sim, aceito!

A Sereia deixou-me um desafio, o que me obrigou, para além do vasculhar de alma, a fazer uma lista de blogs de amigos. Coisa que a minha inércia me tinha impedido de conseguir até à data :)



O desafio consiste em escrever 6 coisas sobre mim. Mas existem regras:



1. Pôr o link da pessoa que me convidou;

2. Escrever as regras do meme no blogue;

3. Contar seis coisas aleatórias sobre mim;

4. Indicar mais 6 pessoas e respectivos links;

5. Deixar um comentário a cada uma dessas 6 pessoas.


Pronto, isto não vai ser fácil porque os meus amigos não são gente-de-blogs eheheh e a lista é curta. Mas vou, dentro das limitações, tentar responder ao desafio!


Seis coisas sobre mim (um verdadeiro exercício psiquiátrico - atenção que pode ser traumático):


-Tenho uma grande necessidade de que gostem de mim. Eu sei que isto parece narcisismo -e provavelmente até será-, mas fui percebendo esta característica aos poucos... Normalmente estou-me pouco lixando para o que os outros pensam ou dizem, mas tenho uma necessidade extrema de me sentir amada pelas pessoas de quem gosto. Preciso de estar em paz, de saber que gostam de mim como gosto delas. Preciso que esse sentimento seja revalidado e confirmado com frequência. Não acredito em amizades fantásticas em que as pessoas nunca se vêem e apenas trocam mensagens no Natal! Pura e simplesmente não acredito. Tenho um lema para este assunto: Quem ama, cuida! Eu cuido de quem amo e preciso que quem amo cuide de mim. Simples :)


-Sou uma farsa. Muitas vezes me dizem que transmito, quando conheço alguém, um ar confiante e seguro. Pelos vistos as pessoas vêem em mim uma pessoa calma e tranquila, sem grandes dúvidas e com muitas certezas :) Tanta gente me disse o mesmo que começo a acreditar nessa imagem. Mas é só uma imagem. Sou muito insegura. Mas é bom saber que consigo enganar olhares menos atentos!


-Sou muito sensível. Emociono-me com facilidade, permito que me magoem muitas vezes e deixo que coisas sem importância ganhem em mim grande significado. Gostava de ter uma carapaça de tartaruga para me defender de agressões mas a verdade é que sou muito permeável a elas.


-Preciso de algumas rotinas e certezas. Embora goste de experimentar coisas novas, preciso de saber que, aconteça o que acontecer, tenho sempre o meu porto seguro, que há coisas que não mudam e estão sempre à minha espera, reservadas para mim. Creio que isto só pode estar relacionado com a minha insegurança... Freud, onde estás? Vem cá explicar isto, se faz favor!


-Sou quase bruxa. Sinto que temos uma alma e que ela consegue coisas que não imaginamos. Alguns de nós vieram ao mundo libertados dos grilhões que o corpo exerce sobre o nosso eu incorpóreo. Esses são os que sentem, vivem e percebem coisas mais facilmente... Outros, amarrados ao lado físico, só vêem o óbvio. Sinto que estou no limbo. Não sou bruxa, sou quase bruxa :)


-Sinto que posso fazer a diferença. Tenho a forte convicção que a minha passagem pela Terra tem um propósito e que está nas minhas mãos traçar um percurso de relevo. E este ponto não é narcisismo :)