E de repente ela bate à porta.
Vem decidida. Linda. Não há como não colar os olhos em si.
O vestido... justo, colado, deixa ver as curvas delineadas. E em cada uma delas... uma memória, uma recordação.
O cabelo sedoso, atado numa trança onde cada entrelaçado é uma história e cada madeixa, um episódio. Desmancha-a num gesto lento e sedutor e, diante dos meus olhos, revejo tudo - como se de um filme se tratasse.
Cheiros, imagens, toques... Chegam sem avisar como um murro no estômago. E num segundo vivem de novo em mim.
Peço-lhe que saia. E enquanto a vejo partir - de costas voltadas e movimentos ondulantes - fico dividida entre a sedução das memórias que em mim acendeu e a tristeza que depois se instala quando desvanecem como fumo.
Oh, Puta de saudade que bateste à minha porta e eu, sem saber, abri. Hoje, logo hoje.
sábado, maio 20, 2017
quinta-feira, maio 11, 2017
Estou a ir...
Pinto os lábios. Vermelho.
Brilho nos olhos e ar no peito. Mas pouco. Muito pouco..
A luz baixa, O som suave... e a noite que se aproxima. Que espera, na verdade.
Acordo para notar a mordedura da noite - tão negra quanto iluminada, tão agre quanto doce. E a marca fica em mim.
Uma marca sem memória.
Faço o caminho até uma imensidão azul onde, dia após dia, encontro a calma. Oiço as ondas que recolhem a areia para si. E o som recorda-me. Transporta-me.
O reflexo do imenso pinta-me os olhos. Azul.
Brilho nos olhos e ar no peito. Muito. Cada vez mais...
A luz forte, o som intenso... e o dia que nasce. Que espera, na verdade.
Uma marca sem memória.
Faço o caminho até uma imensidão azul onde, dia após dia, encontro a calma. Oiço as ondas que recolhem a areia para si. E o som recorda-me. Transporta-me.
O reflexo do imenso pinta-me os olhos. Azul.
Brilho nos olhos e ar no peito. Muito. Cada vez mais...
A luz forte, o som intenso... e o dia que nasce. Que espera, na verdade.
terça-feira, maio 09, 2017
A andorinha
De repente não sei quem és.
Não adivinho onde estás. Não imagino o queres. Nem sequer me passa pela cabeça com que ocupas as horas do teu dia.
De repente não me lembro. Não sonho. Não espero. E do "não" que tudo é, um sim começa a ser - tímido mas decidido.
De repente. A esperança, a certeza, a vontade... desvanecem. E de repente, de repente... O presente já não se alimenta do passado para construir o futuro.
De repente és o Tudo de alguém e o Nada que passou.
De repente. Sempre de repente.
Como veio, partiu.
E repente, também de repente, na asa de uma andorinha, a Primavera chegou.
quinta-feira, maio 04, 2017
Será suficiente
Confessa.
Confessa o que já sei. O que sempre soube. O que soubemos os dois desde sempre.
Confessa.
E depois...
Depois, recua. Dá um passo atrás - um é suficiente. E recorda-te. Recorda como é bom estar aqui. Como tudo faz sentido. Como tudo se encaixa.
Recua.
Agora, tenta.
Esforça-te. Luta. Persiste.
Porque vale a pena. Porque é a sério. Porque anos... e meses... e dias... trouxeram-nos até aqui e é aqui que devemos estar. Por isso, não desistas. Luta.
Sente. O amor, o carinho, a ligação. Não afogues esse sentimento em razões, motivos, lógica sem lógica.
Sente. E sentir será suficiente.
Confessa o que já sei. O que sempre soube. O que soubemos os dois desde sempre.
Confessa.
E depois...
Depois, recua. Dá um passo atrás - um é suficiente. E recorda-te. Recorda como é bom estar aqui. Como tudo faz sentido. Como tudo se encaixa.
Recua.
Agora, tenta.
Esforça-te. Luta. Persiste.
Porque vale a pena. Porque é a sério. Porque anos... e meses... e dias... trouxeram-nos até aqui e é aqui que devemos estar. Por isso, não desistas. Luta.
Sente. O amor, o carinho, a ligação. Não afogues esse sentimento em razões, motivos, lógica sem lógica.
Sente. E sentir será suficiente.
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