E de repente ela bate à porta.
Vem decidida. Linda. Não há como não colar os olhos em si.
O vestido... justo, colado, deixa ver as curvas delineadas. E em cada uma delas... uma memória, uma recordação.
O cabelo sedoso, atado numa trança onde cada entrelaçado é uma história e cada madeixa, um episódio. Desmancha-a num gesto lento e sedutor e, diante dos meus olhos, revejo tudo - como se de um filme se tratasse.
Cheiros, imagens, toques... Chegam sem avisar como um murro no estômago. E num segundo vivem de novo em mim.
Peço-lhe que saia. E enquanto a vejo partir - de costas voltadas e movimentos ondulantes - fico dividida entre a sedução das memórias que em mim acendeu e a tristeza que depois se instala quando desvanecem como fumo.
Oh, Puta de saudade que bateste à minha porta e eu, sem saber, abri. Hoje, logo hoje.
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