terça-feira, maio 09, 2017

A andorinha



De repente não sei quem és.
Não adivinho onde estás. Não imagino o queres. Nem sequer me passa pela cabeça com que ocupas as horas do teu dia.

De repente não me lembro. Não sonho. Não espero. E do "não" que tudo é, um sim começa a ser - tímido mas decidido.

De repente. A esperança, a certeza, a vontade... desvanecem. E de repente, de repente... O presente já não se alimenta do passado para construir o futuro.

De repente és o Tudo de alguém e o Nada que passou.
De repente. Sempre de repente.
Como veio, partiu.

E repente, também de repente, na asa de uma andorinha, a Primavera chegou.


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