A cada folha a chama aumentava. Cores diferentes, como se cada uma se alimentasse das palavras que o calor destruía.
Promessas, juras, desejos...
Em minutos o puro branco era cinzento. E o vermelho que tudo consome, não poupa, nem as mais bonitas, nem as mais repetidas palavras.
Promessas, juras, desejos...
Dias depois, com o objectivo de devolver o cinzento ao Imenso Azul, encontro pedaços que o fogo não queimou. Pedaços de branco que de tão puros não houve vermelho que os tingisse.
Decido não questionar o quê ou o porquê de tal boicote. Escolhi o fogo por ser antagónico a mim. Pouco criterioso, devastador, devia cumprir o efeito e, sem selecções, dizimar promessas, juras, desejos.
Traiu-me e parece que não só ignorou a sua natureza democrática, como escolheu, melhor do que eu alguma vez poderia fazer, as palavras que não quis queimar.
2 comentários:
Um fogo que vira costas a uma Quase-Bruxa?! Ai o Sacana! :)
Sabe que eu sou Água e Terra. Deve ser por isso ;P
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