Gosto de sentir a água gelada nos ossos. O frio que primeiro o meu corpo rejeita e depois abraça como se dele precisasse.
Hoje deixei-me ficar quieta enquanto as ondas batiam em mim. Não dei um passo em frente para evitar a rebentação, não elevei o corpo à passagem das vagas nem mergulhei por baixo delas.
Quieta apenas, enquanto uma após outra, esbarravam em mim as ondas do imenso azul.
Como um aluno que entrega a mão à palmatória, receoso da dor mas certo de a merecer,
2 comentários:
Não recebo o beijo gélido da água como um castigo... recebo-o com a canícula da familiaridade.
Não me assusta a antítese. Antes pelo contrário.
Entre um extremo e outro há sempre um limiar...
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