Quando à noite me encontras, o que fazes?
Como tocam os teus dedos no meu cabelo? Gentilmente, deslizando pelo ondeado das minhas madeixas? Ou com firmeza, segurando as raízes, puxando para trás a minha cabeça e deixando exposto o pescoço?
Como o beijas de seguida? O pescoço?
Com delicadeza, beijos suaves e boca semiaberta Ou vorazmente? Com um apetite que não conheço em mais ninguém, mordendo, arrastando os dentes pela pele que, marcada, se arrepia a cada toque?
Que me sussurras ao ouvido? Que sou tua e que mais ninguém me terá? Que depois de ti o meu corpo jamais responderá a outro toque que não o teu?
Quando à noite me encontras, desejas não acordar?
Para que viva em ti a memória que a dormir se torna, novamente, real.
2 comentários:
Que os grilhões tentadores de tamanho sonho se estilhacem com a chegada do real.
Quando já não sabemos se é real o que vemos de olhos abertos ou o que sentimos com eles fechados...
Prisioneiros do sonho, assim estamos :)
Enviar um comentário