Em cima do muro.
Não é a primeira vez que aqui estou.
Em todas elas odiei aqui estar.
Sentada, pernas caídas ora para um lado, ora para outro. Às vezes em pé, para trás e para diante, teste de equilibrista passado.
Dividida. Duvidida.
E perdida... e questionada... e incerta.
Em cima de um muro que eu própria ergui, tijolo a tijolo. Todas as pedras fui eu quem as encaixou, decisão a decisão, palavra a palavra, passo a passo.
Um muro que separa dois mundos. Ambos meus . Ambos válidos porque válidas são todas as escolhas e se julgamentos não faço, julgamentos não espero.
Um muro que cresce mais e mais a cada dia, sempre que protelo dele descer... ou para um lado ou para outro.
E se no equilíbrio teimo, certa estou que um momento de distracção me fará cair e tomar a decisão que evito - obrigada, forçada, pelo rumo de um dos dias que vão chegando sem parar.
Balanço tomado. Descer não chega. Há que saltar. Determinada mas igualmente receosa pois sei que escolhido o terreno, perderei de vista o que ficará do lado de lá.
Vamos.
A minha intuição nunca me falhou mas eu já falhei à minha intuição.
2 comentários:
E se congeminares algo além da descida ou do salto... Voa!
Tenho feito voos curtos mas preciso por os pés no chão.
Sou terra :)
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